“... Assim, pois, aqueles que pregam ser a Terra a única morada do homem, e que só nela,
e numa só existência, lhe é permitido atingir o mais alto grau das felicidades que a sua natureza
comporta, iludem-se e enganam aqueles que os escutam...”
As estradas que nos levam à felicidade fazem parte de um método gradual de
crescimento íntimo cuja prática só pode ser exercitada pausadamente, pois a
verdadeira fórmula da felicidade é a realização de um constante trabalho interior.
Ser feliz não é uma questão de circunstância, de estarmos sozinhos ou
acompanhados pelos outros, porém de uma atitude comportamental em face das
tarefas que viemos desempenhar na Terra.
Nosso principal objetivo é progredir espiritualmente e, ao mesmo tempo,
tomar consciência de que os momentos felizes ou infelizes de nossa vida são o
resultado direto de atitudes distorcidas ou não, vivenciadas ao longo do nosso
caminho.
No entanto, por acreditarmos que cabe unicamente a nós a responsabilidade
pela felicidade dos outros, acabamos nos esquecendo de nós mesmos. Como
conseqüência, não administramos, não dirigimos e não conduzimos nossos
próprios passos. Tomamos como jugo deveres que não são nossos e assumimos
compromissos que pertencem ao livre-arbítrio dos outros. O nosso erro começa
quando zelamos pelas outras pessoas e as protegemos, deixando de segurar as
rédeas de nossas decisões e de nossos caminhos.
Construímos castelos no ar, sonhamos e sonhamos irrealidades, convertemos em mito a verdade e, por entre ilusões românticas, investimos toda a
nossa felicidade em relacionamentos cheios de expectativas coloridas, condenandonos sempre a decepções crônicas.
Ninguém pode nos fazer felizes ou infelizes, somente nós mesmos é que
regemos o nosso destino. Assim sendo, sucessos ou fracassos são subprodutos de
nossas atitudes construtivas ou destrutivas.
A destinação do ser humano é ser feliz, pois todos fomos criados para
desfrutar a felicidade como efetivo patrimônio e direito natural.
O ser psicológico está fadado a uma realização de plena alegria, mas por
enquanto a completa satisfação é de poucos, ou seja, somente daqueles que já
descobriram que não é necessário compreender como os outros percebem a vida,
mas sim como nós a percebemos, conscientizando-nos de que cada criatura tem
uma maneira única de ser feliz. Para sentir as primeiras ondas do gosto de viver,
basta aceitar que cada ser humano tem um ponto de vista que é válido, conforme
sua idade espiritual.
Para ser feliz, basta entender que a felicidade dos outros é também a nossa
felicidade, porque todos somos filhos de Deus, estamos todos sob a Proteção
Divina e formamos um único rebanho, do qual, conforme as afirmações
evangélicas, nenhuma ovelha se perderá.
É sempre fácil demais culparmos um cônjuge, um amigo ou uma situação
pela insatisfação de nossa alma, porque pensamos que, se os outros se
comportassem de acordo com nossos planos e objetivos, tudo seria
invariavelmente perfeito. Esquecemos, porém, que o controle absoluto sobre as
criaturas não nos é vantajoso e nem mesmo possível. A felicidade dispensa rótulos,
e nosso mundo seria mais repleto de momentos agradáveis se olhássemos as
pessoas sem limitações preconceituosas, se a nossa forma de pensar ocorresse de
modo independente e se avaliássemos cada indivíduo como uma pessoa singular e
distinta.
Nossa felicidade baseia-se numa adaptação satisfatória à nossa vida social,
familiar, psíquica e espiritual, bem como numa capacidade de ajustamento às
diversas situações vivenciais.
Renovando Atitudes /Francisco do Espírito Santo Netto /Hammed
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