Temos nossos conceitos, convicções
e pontos de vista que nos dão um norte e que são a nossa filosofia de vida e
que nem sempre podemos viver ou expressar plenamente e da maneira que
desejamos, por estarmos inseridos numa sociedade artificial que exige padrões
de comportamento, que ditam a maneira mais correta de se vestir com elegância,
de usar este ou aquele corte de cabelo e que variam também, de acordo com a
moda ditada por alguém em determinado momento, que ordenam padrões de beleza para
serem seguidos se quisermos ser aceitos. Uma sociedade que não investe na
educação, mas exige educação, ou melhor, formação como parâmetro de qualificação
e de “direitos”.
Tudo isto já foi dito por muitos,
contestado, cantado, falado em verso e prosa, em conversa de botequim e muita
coisa já mudou para melhor, mas o que vemos ainda é assustador. Pessoas que
perderam completamente sua identidade e pensam que o que pensam é o seu
pensamento, resultado de suas escolhas, mas não é.
Vemos atônitos, uma produção em
série de pessoas, resultado dessa massificação que procura desesperadamente se
enquadrar num contexto para se sentir “normal”, inserido, e aceito pela
sociedade e nesta estrada existe muitos atalhos para se chegar à satisfação de
estar incluído.
Alguns, menos privilegiados, os
socialmente invisíveis sob certo ponto de vista, para se sentirem incluídos e
não achando outra maneira de pertencer a “este mundo” atacam, roubam, violentam,
se prostituem, e na verdade os privilegiados também atacam e violentam a
dignidade humana e também roubam e muito mais a sociedade humana, com a
agravante de deflagrarem a miséria social, cultural e material sob a bandeira
de estarem combatendo a criminalidade. Este é o pior crime.
Claro que sob a ótica deste
contexto ainda teremos muito que aprender com a própria vida, com a dor e o
sofrimento, aqui encarado como uma benção, se ele conseguir produzir em nós
resultados diferentes, ensinamento diferente deste que estão querendo nos
induzir a acreditar ser o melhor e mais correto, mas não nos deixemos enganar.
Neste caminho, onde foi que nos
perdemos de nós mesmos? Onde foi que perdemos nossa identidade que nos
credencia como seres cósmicos, com direitos e deveres, sim, mas acima de tudo
como passageiros desta grande embarcação experimental chamada terra, esta
escola de progresso da alma em viajem evolutiva. Que porto é este que descemos
e estamos andando em círculos, perdidos? Onde está o caminho de volta?
Para isto, será necessário que
cada um de nós exerça o seu direito e o seu dever de buscar o autoconhecimento, de saber realmente
quem somos e o que estamos fazendo aqui e entender que a vida vai muito além da
vida, não só depois da “morte”, mas aqui, agora e que todos, na verdade
independentes de qualquer diferença, somos todos iguais, apenas em momentos
diferentes da nossa compreensão, mas somos todos igualmente importantes para a
vida. Integramos o Universo e tudo o que fazemos de bom ou de ruim reflete na
grande teia cósmica, então se assim é, porque seríamos diferentes, se nossos
atos são de igual responsabilidade e influenciam a vida como um todo?
É importante que as pessoas
resgatem sua auto-estima e se conheçam porque aí sim entenderão a sua real importância
e muitos complexos desaparecerão e cada um ocupará o seu lugar por direito e
gradativamente iremos conseguindo, cada qual fazendo a sua parte, harmonizar a
nossa e a vida em geral. Precisamos resgatar nossa verdadeira identidade, porque
só aí nos olhando sem maquiagem, poderemos ver com clareza em que ponto estamos
da nossa evolução e sem culpa avançar em busca da felicidade que tanto
procuramos em tudo e em tantas coisas, mas se sequer sabemos quem somos como
vamos saber o que procuramos?
Suzana Campista
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