Nosso estado de saúde íntima, meu filho, é o resultado de nossa programação mental e emocional. O que está a seu redor, seja mau ou bom, é apenas a realidade criada a partir de suas próprias emoções, cujo reflexo também indica tudo aquilo que o incomoda no mundo. Portanto, quando você acredita que há algo errado, meu filho, seu sistema orgânico, emocional e mental forja essa crença particular de tal maneira e com tal intensidade que impede você de ver outra coisa, a não ser aquilo que crê existir.
Nego-velho vê que muita gente sofre antes do problema se apresentar. Criam uma imagem negativa e sofredora a respeito das questões mais simples do cotidiano e inventam um inferno particular para se queimarem de dor e revolta em suas chamas. Essa situação é o verdadeiro cativeiro da alma, da mente e das emoções. Permanecer prisioneiro daquilo que acredita e das criações mentais que causam desilusão, dor e sofrimento. Tem cativeiro pior que esse?
Por isso, meu filho, para de se lamentar e erga a cabeça para o alto. Avante! Se suas emoções estiverem comprometidas, transformando-o em coitado e boicotado em sua própria felicidade, então tudo o que o rodeia será colorido de acordo com esse estado. Por outro lado, se você resolve assumir sua posição na vida, dar a volta por cima e enfrentar os problemas, tendo-os na conta de desafios e não de obstáculos, suas emoções transformarão a mesma paisagem em algo mais atraente. Encontrará mais sabor nas lutas e não sentirá derrotado ou impedido de ser feliz.
Passe a crer na vida, em novas chances, em renovação e recomeço. Não é tão difícil recomeçar, que é sinônimo de progresso, coragem e genialidade. Temos de acreditar que é possível; que tudo está certo do jeito que é e que os desafios existem para que os enfrentemos, e não para serem convertidos em rosários de lamentações e lágrimas de autopiedade. Tudo tem seu lado belo e valor – cabe a você descobri-los. Programe-se para a felicidade e o otimismo: nego-velho sabe que vocês podem fazer isso. Não superestime as sombras, as trevas e a escuridão.
Pai João de Aruanda/Alforria/Robson Pinheiro
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