quarta-feira, 11 de junho de 2014

QUANDO AS PEDRAS ROLAM






Quando o sonho chegou aqui se fez em forma de uma grande montanha de pedra. De lá de cima a o sonho observava o grande vazio e sonhava planícies, lagos, colinas e rios, praias e mares. Sonhava acordada a imensa monha de sonhos, e fazia surgir com seu poder criativo os vegetais e os animais. Em seus sonhos a montanha criava os céu escuro com suas estrelas e também o azul claro que faz contraste com as nuvens sopradas pelo vento.

Os ventos e as chuvas tocavam e acariciavam a montanha dos sonhos e assim foi por muitas eras de sonhos... Era tanta criatividade dentro da montanha que ela sentia dentro de si um grande fogo, um fogo interior de onde brotava todo o seu poder e fazia com que ela seguisse sonhando.

Mas o invisível tempo junto aos carinhos do vento e da água, desgastavam lentamente as encostas da montanha, na medida que ela envelhecia frestas se faziam em suas faces esculpindo-a com as marcas do próprio tempo.

Percebendo que estava envelhecendo, a montanha se agitou, e percebeu que passou muito tempo no mesmo lugar e que era chegada a hora de realizar um novo sonho, um sonho ousado... Ela passou a sonha novas montanhas que pudessem, assim como ela sonharem junto, e fortalecer o poder criador do grande sonho que abita no seu interior.

Assim foi... e novas montanhas sonhavam, mas nem por isso a velha montanha se deixou de envelhecer mais e de si começaram a rolar pedras pequenas, e depois de um tempo outras pedras maiores.

A montanha percebeu que suas partes que rolavam ainda continuavam a sonhar, mas por estarem espalhas tinham a capacidade de sonhar sob outros pontos de vista, outros detalhes podiam ser percebidos e novas formas de sonhar surgiam para a velha montanha.

Vendo que o tempo lhe trazia essa lição, a montanha resolveu dar um presente para suas irmãs montanhas, um exemplo de abandono completo de sua velha forma.

Buscando focar toda a força de seu interior em seu próprio interior resolveu sonhar seu último sonho como montanha e partilhar-se em vários pedaços, para que pudesse sonhar mais próxima de todos os sonhos que já tivera até então.

Seu interior, respondeu ao chamado e aquele fogo que pulsava dentro da montanha ganhou mais força e foi se expandindo até que a cobertura trincada de pedra da montanha se rompesse numa grande erupção, jorrando todo o poder de seu interior aos seus e iluminando a todos sua força interior.

Assim a montanha se desfez em vários pedaços, jogados pela distancia que seus sonhos alcançavam, podendo então, sonhar de diversas outras formas, bem perto de todos os seus antigos sonhos.

TEXTO DE: Gavião Marrom

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