sexta-feira, 25 de julho de 2014

A RENOVAÇÃO PEDE DESTRUIÇÃO



Quando encerramos um ciclo de aprendizado em nossas vidas e chegamos àquele momento em que as mudanças são iminentes, e, pouco a pouco, vamos nos colocando em uma nova situação, é preciso observar carinhosamente nossas estruturas internas.
O edifício da nossa existência, tanto no que diz respeito ao nosso caminho quanto no que diz respeito ao nosso próprio eu, é construído com os tijolos de nossas crenças, sobre os alicerces da nossa verdade interior. Nossas crenças se modificam com as experiências, com os aprendizados que assimilamos em cada ciclo de experiência; a nossa verdade interior desabrocha e se fortalece pouco a pouco, revelando-se gradualmente na medida em que a buscamos e nos conscientizamos de sua existência.
Quando uma etapa de vida, um ciclo, uma experiência se encerra e desejamos que as coisas sejam diferentes, primeiro temos que demolir nosso edifício e construir um novo. Precisamos retirar os velhos tijolos de crenças que foram desacreditadas, substituir os alicerces antigos mais frágeis, e tudo isso deixa nosso edifício cambaleando... A própria aparência do velho edifício muitas vezes não expressa aquilo que realmente somos e aspiramos e precisa ser redesenhada... O edifício da nossa existência – nossos valores, hábitos, idéias, sentimentos, crenças, sonhos – precisa ser condizente com o momento que estamos atravessando, e isso pede que estejamos sempre reconstruindo. Para reconstruir, é preciso, sim, demolir, limpar o terreno, permitir que o vento leve os destroços daquilo que virou pó em nosso caminho.
Com carinho, temos que parar e olhar para aqueles tijolos que degeneram, e permitir que desapareçam... Para aqueles alicerces mais frágeis do que os que podemos utilizar hoje, e permitir que sejam arrancados... Para aquela fachada que já não expressa aquilo que somos capazes de manifestar, e redesenhar suas linhas... A renovação pede a destruição. Não há como maquiar um edifício em ruínas e fazê-lo parecer novo, pois ele não se sustenta. Ele não nos sustenta. O poder de decisão sobre aquilo que construímos se mostra não no ato de construir apenas, mas também no de destruir para reconstruir. Na decisão de permitir que a experiência traga mudanças factuais em nossas vidas.

Abençoados sejam!
Corvo Negro/
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