quinta-feira, 31 de julho de 2014

OS 4 COMPROMISSOS


Este é um profundo e poderoso ensinamento, de resultados práticos e imediatos: Os quatro compromissos da filosofia Tolteca, tão generosamente descritos por Dom Miguel Ruiz no livro que leva este nome. Um guia simples de como mudar a realidade que vivemos, mudando a forma como percebemos e agimos. Recomendo a leitura do livro independente desta pequena amostra que compartilho. 
Em primeiro lugar, precisamos levar em conta que enxergamos a realidade através de um espelho enevoado que não nos permite vê-la em sua totalidade, e o que não vemos, interpretamos tendo como referência os compromissos e crenças que assimilamos ao longo da vida. E que cada um de nós faz o mesmo: escreve sua história através de sua própria percepção, interpretando aquilo que não pode captar. Em segundo lugar, que cada ser está sonhando atrás desta névoa um sonho pessoal, único, dentro de um sonho coletivo. O sonho pessoal é a realidade particular que construímos para nós, e o sonho coletivo é a realidade compartilhada, com a qual todos nós assumimos o compromisso de concordar. Os quatro compromissos são novos compromissos que podemos assumir diante da vida e de nós mesmos, substituindo os antigos em prol de um sonho individual mais gratificante. Quanto mais pessoas trocarem seus velhos compromissos por novos compromissos como estes, mais e mais poderá se transformar o sonho coletivo, o sonho do nosso planeta, num sonho mais gratificante. São eles:

1) SEJA IMPECÁVEL COM SUA PALAVRA
A Palavra tem poder. É a Magia conferida aos humanos para criar, para expressar a arte de sua própria existência. Parece complicado ser “impecável”, mas ser impecável consiste apenas em “não errar o alvo”. Cada palavra que proferimos é uma expressão de nosso próprio eu, de nossos pensamentos, emoções, crenças, estados de espírito. Quando dirigimos uma palavra para outra pessoa, estamos despejando nossa magia, nosso poder de criação, impregnado de nossas energias, sobre ela. Essa palavra carrega o dom de criar – lembrando que a destruição também é uma forma de criar, se pensarmos nela como a materialização de uma idéia. Então, nossa palavra precisa estar sempre alinhada com a verdade. Mas o que é a verdade? A verdade é quando usamos a palavra para manifestar a nossa própria realidade, e não a dos outros, pois vemos a realidade através de um espelho enevoado e não podemos captar sua totalidade, sendo mentira aquilo que proferimos tentando expressar uma realidade que não conhecemos. Quando o fazemos, estamos utilizando a Magia da Palavra como magia negra, ou seja: estamos despejando nossa própria realidade sobre o outro, carregada de nossa energia, e impregnando nele a nossa criação. Isso afeta o sonho pessoal do outro. Quando jogamos nossa própria expressão sobre os ombros do outro, estamos “errando o alvo”, pois a magia da palavra e seu poder de criação são para nossa própria realidade, e por isso mesmo esta magia negra retornará a nós... Por isso, o compromisso de ser impecável com a palavra é um compromisso que beneficia não apenas nossas relações, mas a nós mesmos. Nosso poder de criação precisa ser direcionado a criar as realidades gratificantes que realmente desejamos, que são a nossa verdade, e não para corroborar as mentiras que o espelho enevoado nos leva a crer que são reais.
2) NÃO TOME NADA COMO PESSOAL
Se cada um está sonhando seu próprio sonho, enxergando uma parcela de realidade e interpretando (ou sonhando) as demais parcelas que não pode ver, e expressando através das palavras o seu próprio sonho e o seu próprio ser, nada do que seja dito ou feito pelas pessoas se refere a nós. Elas estão manifestando a si mesmas em todas as suas criações. Mas, através do espelho enevoado que não nos deixa ver a totalidade das coisas, centrados que estamos em nosso próprio mundo, podemos vir a acreditar que os outros mundos ao nosso redor também estão focados em nós. É o que denominamos “auto-importância”: o estado de inconsciência sobre a realidade que nos faz acreditar que somos o centro dos acontecimentos, quando na verdade cada um é seu próprio centro, e o outro está tão centrado em si mesmo quanto nós estamos. Por isso, nada do que o outro faça está relacionado a mim, e nada do que eu faça está relacionado a ele. Cada um de nós está expressando a si mesmo e à sua realidade particular, e por isso nenhum ato ou palavra é algo pessoal. Quando compreendemos isso, podemos nos curar de toda a magia negra que já aceitamos em nossa vida.
3) NÃO TIRE CONCLUSÕES
Se não enxergamos a totalidade da realidade, não sabemos o que se passa fora de nós. Tudo o que sabemos é como as coisas repercutem em nós. Ouvimos uma palavra, tomamos como algo pessoal, tiramos conclusões sobre algo que nos é desconhecido e, quase que imediatamente, estamos enviando magia negra através da palavra como resposta, pois, centrados que estamos em nós mesmos, acreditamos que nossas conclusões são reais, e não suposições e interpretações que fazemos através do espelho enevoado. Despejamos nosso veneno interior (as emoções geradas pela repercussão das coisas em nós), jurando que estamos com a razão. Mas estamos apenas especulando sobre uma realidade que não alcançamos completamente – a realidade externa – e causando nosso próprio sofrimento. O sonho da nossa história cria-se com base em nossas conclusões, e não na realidade. Não tirar conclusões e procurar encontrar a realidade, atravessando o espelho enevoado, poupa-nos de alimentar o círculo vicioso da magia negra, de alimentar o sonho humano individual e coletivo que não nos gratifica. Presumimos saber o que os outros pensam, sentem e são, e presumimos que os outros sabem o mesmo sobre nós, mas isso não é verdade, é apenas mais uma conclusão que tiramos através do espelho enevoado que nos impede de ver a totalidade da realidade. Para atravessar o espelho enevoado, a ferramenta da comunicação é indispensável, e para que ela seja funcional, precisamos do primeiro compromisso, o compromisso com a palavra, e do segundo compromisso, não tomar nada como pessoal para podermos estar de coração aberto a novas realidades que superam nossas conclusões imaginárias.
4) SEMPRE DÊ O MELHOR DE SI
Parece impossível se estivermos exigindo que nosso melhor seja “o melhor dos melhores” e sonhando em estar sempre certos, mas a idéia não é esta. O nosso melhor muda de momento para momento. E é imprescindível estar disposto a dar nosso melhor, seja ele qual for, para que qualquer um dos compromissos seja possível. Mas, à medida que assumimos este compromisso, nosso melhor se torna mais eficiente a cada dia. Simplesmente, dê o melhor de si a cada momento e em cada coisa, independente de o seu melhor neste momento estar de bom humor ou mal humor, sadio ou doente. Dar o melhor de si é viver intensamente, estar no momento presente de corpo e alma, é a chamada “presença de espírito”, que só acontece quando estamos focados no que acontece ao nosso redor neste exato momento, e não em nossas conclusões sobre o passado e o futuro, ou conjeturando sobre o presente ao invés de experimentá-lo. É entregar-se e doar-se ao seu trabalho quando estiver trabalhando, ao outro quando estiver se relacionando, ao seu aprendizado quando estiver estudando, de tal forma que não precise se arrepender pelo que fez ou deixou de fazer, pois sabe que fez o melhor que pode em cada momento; não como um sacrifício por uma recompensa futura, mas pelo prazer de viver intensamente cada instante. Este é o compromisso mais difícil de assumir? É sim, e o mais gratificante também, pois nos leva a encontrar o prazer na existência, quando o sonho coletivo da humanidade nos ensinou que a existência se baseia em sacrifício e sofrimento. Mas é um habito a ser cultivado, não um botão que apertamos e muda as coisas automaticamente. E, gradativamente, torna-nos mestres de nossa própria transformação.
Abençoados sejam!
Corvo Negro

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