A Natureza Humana
Artigo de Andrea Lode: professora, pedagoga e psicopeodagoga
Equipe ELP
Deus criou o homem a sua imagem e
semelhança, como Ele poderia criar algo mau, se a sua criação é perfeita e sem
defeitos?
Deus criou o homem para a perfeição,
com condições e recursos que ao longo dos anos, o ser acabou por destruir e
macular.
O homem traz em si o germe latente
do bem e do belo, a centelha divina dentro dele. É como um diamante bruto
esperando para ser lapidado. Os defeitos e as falhas são fruto da ignorância,
da fraqueza humana. Todos trazem em si milhões de possibilidades em pé de
igualdade, só que cada um aproveita melhor que outros, como a parábola dos
talentos em que um prospera com um único talento e outro perde a chance de
multiplicá-lo.
O mal só se resolve pela educação,
ou seja, educar é salvar, é um apelo dirigido aos potenciais do espírito.
A educação é a única forma de
transformar as trevas em luz, os vícios em virtude, o mal em bem.
Jesus foi um grande educador, que
acreditava na transformação do homem para o bem, conhecedor da natureza humana
sabia que bastava acordar a divindade oculta presente em cada ser, para ele
desabrochar.
A nossa consciência sempre será
nosso maior juiz e a sentença ouvirá sempre, mesmo quando não aceitamos,
censurando nosso comportamento desregrado.
O amor pode mudar a natureza humana,
a ser pessoas melhores. Como João nos fala de forma belíssima na Primeira Carta
de São João capítulo 4:
7 Caríssimos,
amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido
de Deus e conhece a Deus. 8 Aquele
que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. 9 Nisto se manifestou o amor de Deus
para conosco: em nos ter enviado o seu Filho único, para que vivamos por ele. 10 Nisto consiste o amor: não em termos
nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar
os nossos pecados. (Jo 4, 7 – 10 )
Amor e verdade nunca somem de todo
nele, porque é um talento colocado por Deus no coração e na mente de cada
homem. “ Jesus purifica e liberta das nossas carências humanas a busca do amor
e da verdade e desvenda -nos , em plenitude, a iniciativa de amor e o projeto
de vida verdadeira que Deus preparou para nós.” Pe Marcelo
TEXTO RETIRADO DO LIVRO DE
VINÍCIUS, O MESTRE NA EDUCAÇÃO, 10ª
ED, RIO DE JANEIRO, FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA, 2009.
“
Como é possível que o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, seja
viceralmente mau? Como se compreende que o Supremo arquiteto haja produzido
obras intrinsecamente imperfeitas e defeituosas? Semelhante despautério precisa
ser combatido. Lavremos, em nome da fé que professamos, veemente protesto
contra a tremenda heresia.
O homem é obra inacabada e obra defeituosa vai um abismo de distância. Os Espíritos trazem
consigo os germes latentes do bem e do belo. A centelha divina, oculta embora,
como o diamante no carvão, refulge em todos eles. O mal que no homem se
verifica é extrínseco e não intrínseco. No seu íntimo cintila o divinal
revérbero da face do criador. Os defeitos, senões e falhas são frutos da ignorância,
da fraqueza e do desequilíbrio de que a humanidade ainda se ressente. Removidas
tais causas, a decantada corrupção humana desaparecerá.
Deus não cria espíritos como escultores modelam estátuas.
As obras de Deus são vivas, trazem em si mesmas as possibilidades de
autodesenvolvimento. A vida implica movimento e crescimento. “Em cada átomo do
universo está escrita esta legenda: para frente e para o alto.” Os atributos de Deus estão, dadas as devidas
condições de relatividade, palpitando em cada criatura. Apelando-se para as
faculdades profundas do Espírito, logra-se o despertar da célica natureza que
nele dorme, atestando a origem donde proveio.”
Mensagem do livro Para que minha vida se
transforme de Maria Salete e Wilma Ruggeri
Histórias selecionadas
“ Nossa Natureza é o bem”
“Monge e discípulos seguiam por
uma estrada. Ao passarem por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado
pelas águas. O monge correu pelas margens do rio, meteu-se na água e tomou o
bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o escorpião o picou, e, devido à
dor, o homem sem querer deixou-o cair novamente no rio. Mesmo assim, tomou um
ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio,
colheu o escorpião e o salvou.
Quando o monge se juntou aos discípulos na estrada, foi por eles
recebido com perplexidade e pena.
_ Mestre, deve estar doendo muito! Por que foi salvar esse bicho ruim e
venenoso? Ele que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua
ajuda! Picou a mão que o havia salvado! Não merecia sua compaixão!
O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu:
_ Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha.
Faça sempre o bem, sem olhar a
quem.”
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