terça-feira, 14 de maio de 2013

PARA SER FELIZ COM ALGUÉM, SEJA ANTES CONSIGO MESMO.


Nos afirma a sabedoria do Evangelho que seríamos conhecidos exclusivamente pelas nossas obras.
Achar que depende de nós unicamente fazer os outros felizes, é no mínimo uma tarefa pretensiosa, fadada ao insucesso e ao mesmo tempo também, colocar nas mãos dos outros a nossa felicidade,  fazendo pesar sobre ombros alheios esta responsabilidade é no mínimo uma insensatez.
Porque não procuramos independente de qualquer coisa,  conquistar a nossa felicidade para depois a desfrutarmos com quem igualmente a conquistou?
É natural que tenhamos, à princípio,  alguma dificuldade de assimilar este conceito como  resultado da educação que nos  cobra  sermos  certos e adequados para o mundo, fazendo uma família feliz a qualquer preço, inclusive o da nossa anulação em nome de uma versão idealizada de felicidade.
Confundimos a fidelidade da relação com a obrigação do outro e da nossa obrigação para com o outro de corresponder  a expectativas daquilo ou daquele modelo de felicidade que cada uma adotou. 
Aguardamos a concretização das juras de amor,  ditas no calor das paixões , dos primeiros momentos ou ainda da realização dos sonhos, contos de fadas, resultado de nossas expectativas fantasiosas com o ser idealizado  ,  esperando com isto preencher algo que está vazio em nós , sem nos darmos conta que estamos  abrindo mão do nosso poder pessoal e entregando, outorgando a quem quer que seja o direito de nos fazer felizes ou infelizes.
Existem muitos casamentos, entendendo-se aqui como união afetiva entre duas pessoas, aonde  por força da atração, as pessoas gozam de  uma afinidade e os parceiros conseguem manter o diálogo e  o auto-respeito e o  respeito cada qual à  individualidade do outro , aonde cada parceiro tem seus direitos individuais,  sua parcela de privacidade,e preferências  e  renunciam sim  aos caprichos  e buscam ter   uma vida própria  sobretudo uma vida interior e partilham sonhos e anseios  que podem  ser construídos por ambos, dando cada qual sua contribuição para uma relação  saudável e são estas as uniões  mais bem sucedidas, pois existe antes  de mais nada, amor, cada qual por si mesmo, pois como podemos  dar aquilo que não temos em nós?
Felicidade a dois, claro que existe, mas não quando nos distanciamos daquilo que realmente somos e nos anulamos , nos auto-rejeitamos, esquecendo a consciência de nós mesmos.   
A razão  de procurarmos viver bem  com nós mesmos é que tudo vai passar um dia , mas nós vamos viver e conviver eternamente com nós mesmos.
Suzana Campista


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